Transição energética: novas oportunidades no Brasil

A transição energética representa uma das maiores transformações econômicas e ambientais do século XXI - novas oportunidades no Brasil.

A transição energética representa uma das maiores transformações econômicas e ambientais do século XXI. Por meio dela, diversos países buscam substituir fontes fósseis por alternativas renováveis e sustentáveis. Neste cenário, o Brasil desponta como protagonista, combinando vantagens naturais com potencial tecnológico e investimentos estratégicos.

Cenário atual da transição energética

O mundo está vivendo um momento decisivo para a energia limpa. Além disso, estudos recentes indicam que cerca de US$ 2 trilhões foram destinados a tecnologias e infraestrutura de energia limpa em 2024, quase o dobro do investimento em combustíveis fósseis. Esse movimento demonstra o crescente interesse global em soluções sustentáveis.

No Brasil, a situação é particularmente favorável. Afinal, o país possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com mais de 80% da energia proveniente de fontes renováveis. Essa característica coloca o território brasileiro em posição privilegiada para liderar iniciativas verdes.

Oportunidades em diversos setores

A transformação energética abre portas em múltiplas frentes. Sendo que o Brasil tem potencial para se destacar em setores como minerais críticos, biocombustíveis e aço verde, além de atrair capital para soluções de eletrificação industrial e hidrogênio verde. Essas áreas representam chances concretas de desenvolvimento econômico.

E com isso, os investidores encontram diversas possibilidades. De acordo com análises especializadas, 72% dos investidores acreditam que o investimento em ativos de transição energética está aumentando rapidamente. Esse otimismo reflete a consolidação do setor.

Além das grandes corporações, empresas menores e empreendedores também podem se beneficiar. Portanto, há acesso a programas de incentivo, áreas em parques tecnológicos e distritos industriais, além de linhas de crédito e editais que estimulam projetos inovadores em eficiência energética, biogás, hidrogênio verde e mobilidade elétrica.

Tendências tecnológicas para 2025

O avanço tecnológico impulsiona a transição energética. Ou seja, a agenda de expansão de energias de baixo carbono deixa de ser um plano de longo prazo para se tornar uma pressão real e imediata sobre governos, empresas e consumidores. A urgência climática acelerou esse processo.

Entre as principais inovações, destacam-se várias tecnologias emergentes. Por exemplo, veículos híbridos emergem como solução-ponte estratégica para acelerar a descarbonização do transporte enquanto os elétricos puros ainda enfrentam barreiras de preço e infraestrutura. Essa abordagem gradual facilita a adaptação do mercado.

Simultaneamente, o aproveitamento de resíduos do agronegócio e das cidades para geração de biometano e biogás ganha escala, oferecendo duplo benefício: segurança de suprimento e redução das emissões de metano. Essas soluções integram sustentabilidade com economia circular.

Papel das empresas estatais

As estatais brasileiras desempenham função estratégica nessa transformação. Conforme observado, as estatais apontam direções muitas vezes ainda não exploradas pelo setor privado, através de casos reais aplicados que demonstram a existência do valor embutido. Essa liderança estimula inovação.

A Petrobras, por exemplo, investe significativamente em diversificação. Especificamente, a empresa destina 15% de seu Capex para iniciativas de transição energética, em projetos de geração eólica offshore, energia solar, hidrogênio, além de se preparar para oferta de bioprodutos para terra, mar e ar.

Desafios a superar

Apesar dos avanços, obstáculos permanecem no caminho. Principalmente, a dependência das hidrelétricas torna o sistema vulnerável às mudanças climáticas, evidenciando a necessidade de uma matriz elétrica diversificada e de fortalecer soluções de armazenamento. Essa fragilidade exige atenção urgente.

Outro ponto crítico envolve financiamento e regulação. O governo tem enfatizado a estratégia de tornar o país um fornecedor global de biocombustíveis e hidrogênio verde, porém faltam recursos para a implementação de projetos. A captação de investimentos permanece como prioridade.

Países em desenvolvimento enfrentam desafios específicos. Como ressaltado por especialistas, 70% do potencial mundial de energia renovável e metade dos minerais críticos para a transição energética mundial estão no Sul Global, mas condições políticas e regulatórias adequadas serão chave para atrair investimentos.

Perspectivas para o futuro

O horizonte apresenta sinais promissores. Notavelmente, a COP-30, que está ocorrendo no Brasil em 2025, em Belém, no Pará, entre 10 e 21 de novembro, é uma oportunidade única para o país reforçar seu papel de liderança no combate às mudanças climáticas e na promoção de energias renováveis. Esse evento global coloca o Brasil no centro das discussões.

Regionalmente, investimentos ganham corpo. Recentemente, o Rio Grande do Sul apresentou cerca de R$ 57,6 bilhões de oportunidades e investimentos em transição energética, abrangendo 44 oportunidades de 35 empresas e organizações. Iniciativas estaduais complementam políticas nacionais.

Conclusão

A transição energética transcende questões ambientais. Em última análise, representa uma oportunidade histórica para o Brasil se posicionar na nova economia global. Com matriz limpa, recursos naturais abundantes e crescente engajamento empresarial, o país reúne condições para liderar essa revolução.

Entretanto, o sucesso depende de ações coordenadas. Governos, empresas e sociedade civil precisam trabalhar juntos para superar barreiras regulatórias, ampliar investimentos e desenvolver tecnologias. Somente assim será possível transformar potencial em realidade concreta.

Por fim, a janela de oportunidade está aberta. Aqueles que agirem agora poderão colher frutos duradouros, combinando crescimento econômico com sustentabilidade ambiental. A transição energética não é apenas necessária – é inevitável e repleta de possibilidades.

Fontes: PWC, FullEnergy, Exame 1, estado.rs.gov.br, NeoEnergia, gov.br, Exame 2, OEco, CanalSolar, Strategyand

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